
Produtores de suínos em Dourados, no Mato Grosso do Sul, têm apostado em soluções tecnológicas para tornar a produção mais eficiente e sustentável. É o caso do suinocultor Eduardo José Manfi, que atua na fase de creche e recentemente integrou um forno incinerador movido a biogás, substituindo o uso de composteiras na propriedade.
Antes, carcaças de animais eram depositadas em composteiras com pó de serra para decomposição, processo que demandava meses e favorecia a proliferação de moscas, odores e bactérias. A mudança, segundo os produtores, trouxe benefícios sanitários e ambientais.
O novo equipamento opera em temperaturas próximas a 1.000°C. As carcaças são incineradas e, após a queima, o material é direcionado para a lagoa de dejetos da propriedade, onde passa por um processo de decantação gradual até chegar à etapa final, em que a água residual pode ser utilizada conforme normas ambientais.
O forno é alimentado pelo biogás produzido em um biodigestor instalado na própria granja, que aproveita resíduos orgânicos e reduz a dependência de energia externa.
Água tratada é usada na correção de solo
Após a filtragem em três lagoas consecutivas, o efluente tratado é aplicado nas áreas produtivas por meio de fertirrigação. O sistema utiliza encanamento subterrâneo e aspersores móveis para distribuir os nutrientes no solo, contribuindo para o manejo da fertilidade nas áreas agrícolas e pecuárias da propriedade.
“Além de melhorar a eficiência da granja, esse processo também viabiliza economicamente o sistema ao permitir a correção do solo. Isso garante melhor uso dos recursos e maior retorno ao produtor”, explica Eduardo.
Automação e bem-estar animal
A granja também é totalmente automatizada, com controle de temperatura, manejo de água e alimentação monitorados digitalmente. Segundo os produtores, o investimento melhora o bem-estar dos animais e impacta diretamente os resultados produtivos.
Para especialistas, iniciativas desse tipo reforçam o avanço da cadeia de suínos e aves na busca por eficiência e competitividade. “Quando a tecnologia melhora o aproveitamento de insumos e reduz impactos ambientais, o setor se fortalece. É sustentabilidade associada à produtividade”, destaca José Antônio Ribas, diretor executivo de Agro e Sustentabilidade da Seara.
