A inteligência artificial já faz parte da rotina de muitos setores, e agora começa a transformar a forma como o campo produz. Na avicultura e na suinocultura, a IA vem se consolidando como uma ferramenta estratégica, capaz de antecipar problemas, automatizar processos e aumentar a eficiência da produção.
Segundo a pesquisadora Joseane Padilha, da Embrapa Suínos e Aves, o Brasil já vive essa realidade com competência.
“Muita gente acha que estamos atrasados, mas hoje existem empresas que monitoram até 50 milhões de aves por ano com IA”, revela.
Com essas tecnologias, é possível identificar sintomas precoces de doenças, ajustar a alimentação dos lotes e até indicar o momento ideal para o abate, cruzando dados de mercado, clima e desempenho animal.
IA identifica animais doentes antes mesmo dos sintomas
Na prática, sensores e câmeras analisam o comportamento dos animais em tempo real.
“Se uma ave manca ou come menos, o sistema detecta e alerta o produtor. Isso evita que o problema se espalhe para todo o lote”, explica Joseane.
Na suinocultura, sistemas semelhantes já estão em operação. Além de prever doenças, a IA também calcula o crescimento dos suínos por meio de imagens.
“Pesar os animais todos os dias é inviável. A imagem permite estimar o peso com precisão”, destaca a pesquisadora.
Essas estimativas são cruzadas com dados econômicos e climáticos para tomar decisões estratégicas. Por exemplo, se o custo da ração vai subir, o sistema pode sugerir antecipar o abate para reduzir perdas.
Tomada de decisão em segundos e sem desperdício
A IA funciona como uma equipe de especialistas operando 24 horas. Com acesso a um volume massivo de dados, os sistemas processam tudo em segundos, gerando diagnósticos rápidos e decisões certeiras.
“Hoje, o problema não é mais gerar dados, e sim saber lidar com eles. A IA transforma essa massa de informação em ações práticas e lucrativas para o produtor”, afirma Joseane.
A tecnologia aponta desde desperdícios na alimentação até desvios de comportamento dos animais.
Além disso, essa inteligência ajuda a garantir o bem-estar animal, otimizando ventilação, iluminação, temperatura e espaçamento. Tudo isso de forma automatizada e contínua.
Futuro aponta para granjas 100% inteligentes
De acordo com projeções da Embrapa, o uso de IA no agro deve crescer 150% nos próximos cinco anos. O caminho é claro: granjas cada vez mais conectadas, com decisões automatizadas e alta rastreabilidade.
Joseane aponta o exemplo da China, que já conta com prédios de 29 andares para suinocultura, totalmente automatizados.
“Essa é a direção que o Brasil deve seguir. Já temos tecnologia para isso. Agora precisamos quebrar a resistência e abrir espaço para inovação”, destaca.
Embrapa e diversas agrotechs estão investindo para acelerar essa transformação.
“A inteligência artificial não é mais o futuro. Ela é o presente. E quem souber usar, sairá na frente”, completa a pesquisadora.
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