A avicultura mudou o rumo da família Maluf em pouco mais de um ano de atividade. Jairo, engenheiro metalúrgico criado em São Paulo, e Pamela, com forte perfil de gestão, decidiram investir em frango de corte após perceberem o potencial da propriedade em Tietê (SP). O que começou como um sonho para dar vida a uma fazenda inoperante virou um empreendimento moderno, com aviários bem estruturados e metas ousadas de crescimento. Hoje, o negócio une trabalho, emoção e um plano claro de futuro para os filhos.
A história com o campo começou lá atrás, ainda na infância de Jairo, nas férias passadas às margens do rio Tietê. O vínculo afetivo com a região pesou na escolha quando ele comprou a propriedade, em 1999, para ficar mais perto do filho. Primeiro, veio a tentativa com gado nelore PO e inseminação artificial, que exigiu investimento alto e não entregou o retorno esperado. Diante desse cenário, o casal decidiu diversificar a produção e buscar uma atividade mais previsível.
A avicultura entrou na conversa por influência de uma vizinha, já integrada à Seara/JBS. O casal procurou a empresa, foi atendido pelo time técnico e se encantou com o modelo de integração. A proposta trouxe segurança comercial, suporte técnico e um planejamento de longo prazo. A partir daí, começaram os orçamentos, os estudos e o pontapé inicial para erguer os primeiros galpões.
Construção em plena pandemia e nascimento dos primeiros lotes
A obra dos aviários começou em 2022, em plena pandemia, quando faltava mão de obra e material de construção custava caro. Mesmo com experiência em construção civil, Jairo nunca havia levantado um aviário e, no começo, contratou uma empresa para tocar o projeto. Como não ficou satisfeito com o padrão da obra, assumiu ele mesmo a parte civil, ajustou detalhes e elevou o nível de acabamento. O resultado foi uma estrutura diferenciada, pensada para eficiência, conforto das aves e manejo mais profissional.
Em junho de 2024, a família recebeu o primeiro lote de pintinhos. A sensação, como lembra o produtor, foi de grande satisfação após tantos desafios na construção. Cada ave alojada simbolizava uma vitória contra os atrasos, a pressão financeira e as incertezas do período. A partir desse momento, o foco passou a ser a rotina de manejo, o acompanhamento dos indicadores e a busca constante por bons resultados.
Para garantir a parte técnica, Jairo Maluf decidiu contratar um profissional experiente para o dia a dia dos galpões. O escolhido foi Robson Nunes Ferreira, responsável pelo manejo, ventilação, ambiência e cuidados com as aves. Jairo ficou com a gestão financeira e a estrutura do negócio, enquanto os técnicos Adriano e Josimar Barbosa, da integradora, dão suporte na zootecnia e na leitura dos resultados. Essa divisão clara de funções virou um dos pilares do sucesso da granja.
Gestão profissional, parceria forte e reconhecimento em pouco tempo
O clima de parceria entre equipe, técnicos e integradora aparece em cada relato da família Maluf. Robson destaca a liberdade para trabalhar, a confiança dos proprietários e a abertura para investir em melhorias sempre que necessário. Ele comenta que se sente responsável como se o negócio fosse dele, o que aumenta o cuidado com cada detalhe. Por outro lado, Adriano e Josimar reforçam o perfil inovador do produtor e a transparência na troca de informações. Juntos, eles revisam lote a lote, discutem ajustes e nunca se acomodam com os resultados.
Esse modelo de gestão profissional, aliado à dedicação diária, trouxe reconhecimento em tempo recorde. Em menos de um ano de produção, a granja recebeu da Seara o prêmio de segunda melhor conversão alimentar, um dos indicadores mais importantes da avicultura de corte. A conquista confirmou que o investimento foi bem planejado e executado com seriedade. Para a família, o prêmio representa a colheita de um esforço conjunto, que envolveu obra, manejo, gestão e muita persistência.
Motivado pelos bons resultados, Jairo já pensa grande para o futuro. O planejamento da família prevê a construção de dois aviários por ano, até chegar a dez estruturas na mesma propriedade. A integradora apoia o projeto, reconhece o desempenho e se coloca ao lado do produtor para expandir com segurança. A visão é clara: crescer com base em eficiência, sem perder o controle da gestão e da qualidade.
Propósito, sucessão e força da mulher na avicultura
Para além dos números, a família Maluf enxerga a avicultura como um negócio que gera renda e propósito. Jairo faz questão de lembrar que, ao produzir frango, participa diretamente da alimentação das pessoas no Brasil e no exterior. Ele se orgulha de colocar no mercado uma proteína acessível, de baixo teor de gordura e boa qualidade nutricional. Essa percepção de impacto positivo reforça o compromisso com higiene, bem-estar animal e boas práticas em cada lote.
Pamela, por sua vez, assume cada vez mais espaço na gestão e se torna peça-chave na administração da granja. Ela cuida das contas, acompanha resultados e participa das decisões do empreendimento, que está registrado em seu nome. Ao falar com outras mulheres, ela deixa um recado firme: quem administra uma casa e uma família também consegue administrar um negócio no campo. Para ela, as mulheres têm força, capacidade de organização e sensibilidade para liderar projetos rurais.
O sonho de futuro inclui, ainda, o legado para os filhos, especialmente o pequeno Henrique, de três anos, que já circula curioso pelos espaços da fazenda. Jairo deseja que ele, no futuro, possa assumir parte da estrutura, se assim quiser, e preservar o que foi construído. Mais do que aviários, a família ergueu uma história de coragem, transição da cidade para o campo e fé em um projeto que começou do zero e hoje inspira outros investidores na avicultura brasileira.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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