O custo de produção de suínos e frangos de corte registrou queda em maio de 2025, segundo dados são da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. A retração foi impulsionada pela redução no preço da ração, item que representa mais de 70% dos gastos em algumas modalidades de criação.
No Paraná, estado com maior produção de frangos do país, o custo por quilo caiu para R$ 4,78, o que representa uma redução de 2,12% em relação a abril. Já em Santa Catarina, referência na suinocultura, o custo por quilo do suíno vivo ficou em R$ 6,32, com queda de 1,75% no mês. A expectativa é de novas quedas nos próximos dois meses, segundo o analista de socieconomia Ari Jarbas Sandi, da Embrapa. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.
“A tendência para junho e julho é de recuo adicional, com milho e farelo de soja em queda. Isso dá ânimo ao setor, mesmo em um cenário de preços pressionados nas granjas”, explica o especialista.
Contenção dos custos da granja
O levantamento aponta que, no caso da avicultura de corte, a ração respondeu por 66,13% do custo total de produção em maio. Já na suinocultura de ciclo completo, o insumo representou 71,56% dos gastos. Com a entrada da nova safra de grãos e maior oferta no mercado interno, o preço da ração caiu 3,07% na avicultura e 2,63% na suinocultura.
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Ari Sandi reforça que o comportamento do mercado de grãos é determinante. “Quando temos uma supersafra como a atual, os preços caem por maior oferta, e isso impacta diretamente nos custos dos produtores. É uma janela de alívio, mas que exige atenção”, alerta.
Alta nos juros pressiona custo de capital do produtor
Apesar do alívio com a ração, o custo de capital subiu, puxado pela alta da taxa Selic. Em Santa Catarina, por exemplo, o custo de capital passou de 0,43 em janeiro para 0,49 em maio. Isso significa que acessar crédito está mais caro, o que exige ainda mais cuidado na gestão financeira das propriedades.
A Embrapa destaca que os custos de produção são calculados com base em índices mensais. Eles servem de referência para produtores de todo o Brasil, especialmente nos estados líderes em produção como SC, PR, MG, GO, MT e RS.
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