VIDA NO CAMPO

Da perda do pai à força da união: a trajetória da família Rasmussen na avicultura

No Paraná, dona Odete e seus filhos mostram que o sucesso no campo nasce de valores, persistência e trabalho em equipe

Da perda do pai à força da união: a trajetória da família Rasmussen na avicultura

Avicultura é a palavra que resume a história da família Rasmussen, em Lapa, no Paraná. No fim dos anos 1970, o casal iniciou o primeiro galpão com coragem e poucos recursos. Em 1980, veio o primeiro alojamento e o sonho tomou forma na propriedade. Logo depois, a família enfrentou a perda do pai e precisou reorganizar a vida.

Mesmo com sete filhos pequenos e dívidas por pagar, dona Odete manteve a granja funcionando. Ela contou com a mãe, primos e a solidariedade de vizinhos para atravessar noites frias. Naquele tempo, tudo era manual: fogo a lenha para aquecer os pintinhos e bebedouros simples. A fé no trabalho e a disciplina fizeram diferença.

Os filhos cresceram entendendo que cada turno no aviário garantia o dia seguinte. Os mais velhos assumiram responsabilidades cedo e ajudaram a organizar a rotina. Com o tempo, a família consolidou valores: honestidade, união e respeito à atividade. Assim, o negócio se manteve vivo por mais de quatro décadas.

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A adolescência trouxe novas tarefas e menos tempo para brincadeiras. Porém, a família Rasmussen aprendeu cedo a dividir funções e a somar esforços. Quando não havia mão de obra, os próprios irmãos cobriam as escalas do aviário. Nada ficava sem fazer, mesmo quando o dinheiro demorava para entrar.

Dona Odete não desistiu, ainda que o retorno levasse meses para acontecer. Ela enfrentou a falta de luz, o peso da lenha e o esforço de manter a chama acesa. A cada lote entregue, a família pagava uma parte das contas e seguia adiante. Persistência virou rotina, e o aprendizado, patrimônio.

Nos anos 2000, a necessidade de modernização exigiu uma decisão. Em 2005, com um único aviário e limitações de investimento, os filhos assumiram a gestão. A mãe permaneceu como referência e conselheira, validando cada passo. A sucessão começou de forma prática, com metas e responsabilidades claras.

A virada veio com a oportunidade de montar um galpão de matrizes. Técnicos e antigos gestores enxergaram potencial na família e apoiaram o projeto. Os irmãos, já experientes, aceitaram o desafio e organizaram a estrutura. Com planejamento, migraram do frango de corte para a fase de matrizes.

Recebendo as aves com 22 semanas, a granja ajustou o manejo para garantir desempenho. O pico de postura passou a ser monitorado com rigor, reduzindo perdas ao longo do ciclo. Com dados na mão, os produtores decidiram cada etapa com segurança. Assim, a produção ganhou previsibilidade e melhor resultado.

A mãe continuou presente nas decisões estratégicas e nos financiamentos. Antes de cada investimento, os filhos buscavam seu aval, mantendo a tradição. O respeito à origem guiou a modernização da granja, sem perder identidade. A transição, além de técnica, foi um exercício de família e gestão.

Com a influenza aviária no radar, a biosseguridade tornou-se prioridade absoluta. A propriedade instalou arco de desinfecção, barreira vegetal e controle de acesso. Funcionários passaram a tomar banho e trocar uniformes antes do núcleo. Combate a roedores e insetos virou rotina registrada em planilhas.

A gestão diária também evoluiu e hoje mede produção, custos e logística. Ao final do expediente, a equipe fecha dados, emite notas e projeta o dia seguinte. O foco está na qualidade de ovos férteis e no cumprimento de metas sanitárias. Essa disciplina sustenta margens e reduz surpresas na operação.

Por fim, a sucessão ganhou contorno humano e econômico. Os irmãos formaram um time que conhece cada etapa do processo. Dona Odete, orgulhosa, lembra noites sem luz que forjaram caráter. Agora, os netos observam o exemplo e já sonham com o futuro no campo.

A história dos Rasmussen mostra que tecnologia funciona melhor quando encontra propósito. Manejo correto, biosseguridade rígida e contas organizadas criam estabilidade. Quando a família caminha junto, a granja responde com produtividade. O resultado aparece no lote, no caixa e no ânimo de quem levanta cedo.

Para quem está no campo, a lição é objetiva e direta. Invista na prevenção, padronize processos e registre tudo com simplicidade. Faça do planejamento uma ferramenta diária, não um evento mensal. Assim, a propriedade atravessa crises e aproveita cada janela de mercado.

No interior do Paraná, a família Rasmussen prova que perseverança vence distâncias. Entre café passado e conversa na varanda, decisões firmam o amanhã. A avicultura segue como caminho, trabalho e orgulho de um legado vivo. E, a cada ciclo, a granja renova a esperança de quem nunca desistiu.


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