É no município de Fazenda Rio Grande, no Paraná, que se escreve a história daf amília Flizicoski na avicultura. Em 1986, dona Reni e seu Odemir ergueram ali o primeiro galpão, ainda num tempo em que as estradas de chão dominavam a região. Com coragem e pouca estrutura, eles abriram caminho para quase quatro décadas de produção. Desde então, a tecnologia também se tornou parte essencial desse crescimento.
Vieram tempos duros, porém a união falou alto. Em uma nevasca histórica, milhares de pintinhos se amontoaram com frio. Na pressa, o técnico Sérgio orientou vedação e reforço do aquecimento. A ação salvou o lote e ensinou que gestão de ambiência começa nos detalhes.
Na rotina, tudo era manual: tambor para aquecer, balde para distribuir ração, silo de madeira. Mesmo assim, a família persistiu. Reni guiou sete filhos, pagou dívidas e manteve a granja viva. Entre idas e vindas, a avicultura virou sustento, escola e orgulho para todos.
Da coragem no primeiro galpão à união que atravessou crises
Os filhos cresceram no terreiro, revezando tarefas e aprendendo com a mãe. Éder, o “Nego”, lembra a infância simples e o trabalho constante. A família fazia de tudo um pouco, dividindo turnos e responsabilidades. Assim, a granja atravessou fases difíceis sem perder o rumo.
Com o tempo, chegou a chance de ampliar. A parceria com a integradora abriu portas para um projeto maior. A vontade persistente virou plano: sair do modelo antigo e investir em aviários modernos. A sucessão aconteceu naturalmente, com cada filho assumindo uma função.
Em 2023, o galpão histórico foi desativado, e a operação migrou por completo. A decisão marcou uma virada. A antiga estrutura deu lugar a dois núcleos climatizados, com processos padronizados. O que antes exigia força braçal, agora depende de dados e disciplina.
Tecnologia, ambiência e escala: o salto de 16 mil para 166 mil aves
A mudança de patamar impressiona. De 16 mil aves, a família passou a alojar 166 mil. Os aviários climatizados garantem conforto térmico, ventilação precisa e menor variação. Painéis automatizados, sensores e alarmes ajudam na resposta rápida a qualquer desvio.
Nos bastidores, o trabalho segue intenso. Pela manhã, cada núcleo recebe atenção minuciosa: checagem de temperatura, água, cama e consumo. À tarde, a equipe revisa relatórios e prepara o dia seguinte. O painel bem operado virou peça-chave para manter desempenho.
Ainda assim, a presença no galpão continua insubstituível. Éder gosta de “entregar a remessa” antes de descansar. A irmã domina os painéis; o cunhado atende a parte externa e logística. E dona Reni, perto dos 80 anos, segue na lida, ajustando cama, conferindo comedouros e motivando o time.
Gestão, biosseguridade e sucessão que garantem resultado
A propriedade adota protocolos rígidos. Arco de desinfecção na entrada, controle de pragas e barreiras físicas reduzem riscos. Além disso, o fluxo com a integradora dá previsibilidade: pintinho, ração e retirada chegam no prazo. Com isso, o planejamento financeiro ganha segurança.
A família incorporou controles simples e eficazes. Fechamento diário, metas de consumo e registros de ambiência orientam decisões. Quando algo foge do padrão, a correção acontece no mesmo dia. Essa agilidade evita penalizações por qualidade de pele e melhora a conversão.
Por fim, fica a lição para quem produz. Invista primeiro em ambiência e manejo; tecnologia vem para somar. Padronize rotinas, treine a equipe e use indicadores fáceis de acompanhar. Com organização e união, a granja atravessa crises e aproveita as melhores janelas de mercado.
No quintal onde tudo começou, a família Flizicoski celebra quase 40 anos de avicultura. Não se trata só de números, mas de propósito e continuidade. A cada lote, o legado de dona Reni ganha novas páginas, escrito com trabalho, simplicidade e resultado dentro do galpão.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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