EMBARGO

Exportações de frango seguem suspensas pela China após inspeções no RS

Caso de gripe aviária mantém embargo desde maio; rigor chinês em segurança alimentar desafia Brasil a recuperar acesso ao mercado

Exportações de frango seguem suspensas pela China após inspeções no RS

Os embargos da China à carne de frango brasileira continuam em vigor. A suspensão, que começou em maio deste ano após a confirmação de um caso de gripe aviária em granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul, ainda não tem data para terminar.

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O Brasil, líder mundial em exportação de frango, espera o resultado das inspeções feitas por técnicos chineses no estado.

A missão foi concluída no último dia 25 de setembro e avaliou frigoríficos habilitados a exportar para o país asiático. Antes da paralisação, a China já havia autorizado 59 plantas brasileiras, sendo 10 delas gaúchas, a enviar carne de aves. A expectativa é que as visitas contribuam para a retomada, mas até agora nenhum resultado oficial foi divulgado.

O consultor Vítor Moura, especialista na abertura de mercado chinês para produtos brasileiros, explica que a situação envolve mais do que questões pontuais de sanidade. Segundo ele, há um rigor crescente por parte do governo e dos consumidores chineses quanto à segurança alimentar.

A China já enfrentou sérios problemas internos com adulterações de alimentos, como os casos envolvendo leite em pó infantil. Esses episódios deixaram marcas profundas na confiança do consumidor e levaram o governo a reforçar os controles. Hoje, qualquer proteína importada precisa atender padrões mais rígidos de rastreabilidade e biosseguridade.

Durante a pandemia, o nível de exigência subiu ainda mais. Inspeções passaram a ser detalhadas, com foco em higiene, protocolos de defesa sanitária e sistemas de monitoramento. Esse contexto explica a cautela chinesa na liberação de novas cargas brasileiras.

No caso do frango, a preocupação se soma ao histórico sensível da gripe aviária. Embora o Brasil mantenha padrões elevados e seja reconhecido internacionalmente, qualquer ocorrência em granjas comerciais gera reação imediata nos mercados importadores.

A suspensão representa um desafio para o Brasil, já que a China é o maior destino das exportações nacionais de proteína animal. Sem esse canal, empresas e produtores precisam redirecionar embarques para outros mercados, o que pressiona preços e margens.

Por outro lado, o país conta com fatores que podem acelerar a retomada. A rede de defesa sanitária, os padrões técnicos já adotados e a confiança de outros parceiros comerciais são pontos a favor. Além disso, a demanda chinesa por proteína tende a crescer, o que reforça a importância da reabertura.

Moura acredita que os desdobramentos das inspeções poderão trazer avanços.

“Sabemos da qualidade da produção brasileira. A expectativa é de que as exportações sejam retomadas o mais breve possível”, afirma.

Para o avicultor, o episódio reforça a importância do manejo sanitário dentro da granja. Cuidados com biosseguridade, rastreabilidade e ambiência são fundamentais não apenas para atender o mercado interno, mas para garantir que crises externas tenham impacto menor no setor.

No campo e na indústria, a lição é a mesma: disciplina e padrão elevado em todas as etapas da cadeia produtiva. É esse conjunto que garante ao Brasil a liderança mundial nas exportações e fortalece a posição do país diante de mercados cada vez mais exigentes.


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