
Enquanto a gripe aviária avança em países como os Estados Unidos, o Brasil segue firme com granjas comerciais livres da doença. Esse cenário tem impulsionado o setor avícola nacional no comércio global, especialmente na exportação de ovos e carne de frango, graças a um forte sistema de biosseguridade e rigor no cumprimento das normas sanitárias.
Para se ter uma ideia do impacto global da doença, desde 2022, os Estados Unidos já registraram o abate de aproximadamente 160 milhões de aves, segundo o Departamento de Agricultura americano. Isso tem afetado a produção de carne e a oferta de ovos no país, que é um dos maiores produtores mundiais — só em 2023 foram 112 bilhões de ovos.
Brasil livre da doença e com alta nas exportações
No Brasil, até agora, não houve nenhum caso de influenza aviária em plantéis comerciais. E o resultado disso já pode ser visto em números: as exportações de ovos cresceram 57,5% em fevereiro, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse crescimento é reflexo direto da confiança do mercado internacional na sanidade das granjas brasileiras.
Segundo o consultor em biosseguridade Paulo Raffi, o destaque brasileiro é resultado de uma série de medidas adotadas de forma coordenada por produtores, integradoras e órgãos reguladores.
“O Brasil é referência por sua excelente biosseguridade, legislação rigorosa e controle efetivo das empresas em todas as etapas da cadeia produtiva”, afirma.
Programa nacional de sanidade avícola é a base da prevenção
No campo, a prevenção é feita com base nas exigências do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), que estabelece regras para garantir o bem-estar das aves e a segurança da produção. Entre os procedimentos obrigatórios estão o isolamento das granjas, o uso de telas antipássaros, o vazio sanitário entre os lotes, e a desinfecção de veículos e equipamentos.
“A gente tem que continuar atento. Mesmo sem registros, o risco existe e as medidas precisam ser cumpridas com rigor”, reforça Paulo Raffi.
A atuação preventiva envolve desde pequenos produtores até grandes integradoras, passando por médicos-veterinários, técnicos e fiscais agropecuários. O objetivo é mitigar os riscos e manter o país fora do mapa das regiões afetadas pela doença.
Tecnologia e capacitação fazem do Brasil uma referência
Outro fator que fortalece o Brasil na defesa contra a gripe aviária é o uso crescente de tecnologias de monitoramento e ambiência nas granjas. Sistemas com sensores, controle automatizado de temperatura e pressão negativa nos galpões ajudam a reduzir a exposição das aves a agentes externos.
Além disso, a verticalização da produção — com a integração entre granjeiros e agroindústrias — facilita a padronização de processos e a disseminação de boas práticas.
“Temos excelente qualificação técnica, granjas bem estruturadas e um modelo que permite respostas rápidas diante de qualquer ameaça”, ressalta Raffi.
Com isso, o país se mantém como líder em produtividade e biosseguridade na América Latina, com capacidade para atender às mais exigentes legislações internacionais.
O desafio é constante, mas o Brasil está preparado
Mesmo diante do cenário desafiador no exterior, o setor avícola brasileiro mostra maturidade e preparo para seguir produzindo com segurança. A ausência de casos em granjas comerciais reforça o compromisso com a sanidade e a responsabilidade com o abastecimento de alimentos ao Brasil e ao mundo.
Para os especialistas, o compromisso com a biosseguridade deve permanecer como prioridade. E isso envolve ações contínuas de prevenção, investimentos em infraestrutura e capacitação constante de todos os elos da cadeia.
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