EMBARGOS PONTUAIS

Gripe aviária: queda nas exportações foi menor que 2%, diz ABPA

Santin reforçou que o consumo de carne de frango e ovos continua totalmente seguro, já que a doença não é transmitida por meio da alimentação

Indústria de frango no Paraná
Paraná é líder na produção nacional de frango

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a suspensão aplicada pelo Japão, por exemplo, restringe-se apenas ao município de Montenegro, e não afeta as demais regiões produtoras do país.

“Seguimos com 128 dos 151 mercados abertos. Na semana do caso, a queda nas exportações foi inferior a 2%”, explicou Santin. A Jordânia, inclusive, já reabriu o mercado para o Brasil, exceto no raio de 10 km ao redor do foco.

O caso mais sensível, segundo Santin, é o da China — principal destino da carne de frango brasileira. A negociação com o governo chinês busca avançar na regionalização dos embargos, ou seja, limitar a suspensão apenas à área afetada.

O tema foi abordado em recente missão diplomática liderada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e conta com o apoio técnico dos especialistas agrícolas brasileiros na Ásia.

“Estamos mostrando que é possível tecnicamente adotar o zoneamento. Queremos que a China, assim como outros países, aceite certificados sanitários com base em regionalização”, afirmou Santin, presidente da ABPA.

O Brasil já havia iniciado esse processo com vários parceiros comerciais e busca ampliar o reconhecimento internacional da eficácia do seu sistema de biosseguridade. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.

O Interligados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

Além do trabalho diplomático, a ABPA e o governo federal atuam em medidas emergenciais para mitigar os efeitos da suspensão de alguns mercados. 

“O mundo inteiro convive com a influenza aviária. O Brasil levou muito tempo para registrar um caso em plantel comercial e isso só foi possível graças ao trabalho dos produtores”.

Ricardo Santin, presidente da ABPA

Ele ressaltou ainda que, mesmo com a doença já erradicada da granja afetada, o país segue em alerta máximo.

Outro ponto importante destacado pelo presidente da ABPA é a força do mercado interno. Cerca de 65% da carne de frango produzida no Brasil é consumida no país, o que oferece um colchão de segurança em momentos de instabilidade no comércio exterior. “A exportação é importante, mas quem sustenta esse setor é o consumidor brasileiro”, completou.

Foto: Interligados – Canal Rural

Santin também aproveitou para alertar os produtores sobre a necessidade de reforçar os protocolos sanitários nas granjas. Entre as recomendações estão:

  • Revisar a estrutura dos aviários para evitar entrada de aves silvestres;
  • Instalar ou reforçar cercas de contenção para animais domésticos;
  • Realizar desratização frequente;
  • Instalar arcos de desinfecção ou usar bomba costal com desinfetante;
  • Restringir visitas desnecessárias;
  • Utilizar calçado exclusivo para entrar nas áreas de produção.

A população em geral também pode contribuir respeitando as regras de acesso às granjas. Santin reforçou que o consumo de carne de frango e ovos continua totalmente seguro, já que a doença não é transmitida por meio da alimentação.

“Esse é um momento de atenção, não de alarde. A resposta foi rápida, os danos foram minimizados e o trabalho do produtor foi essencial. Se mantivermos a vigilância, podemos evitar novos casos e preservar nossa reputação sanitária”, concluiu o presidente da ABPA.

O Brasil deu uma resposta ágil e eficaz ao primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em plantel comercial, registrado em 16 de maio, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

Durante audiência pública no Senado na semana passada, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou oficialmente que o foco está contido. Segundo ele, já se passaram 21 dias desde a detecção do caso e nove dias úteis desde a conclusão da desinfecção, sem o registro de novas mortes de aves. 

A propriedade afetada passou por limpeza completa e está, desde 22 de maio, em período de 28 dias de vazio sanitário — medida exigida por normas internacionais. Caso não surjam novos focos até o fim desse prazo, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença naquela região.

“Não existe mais influenza aviária de alta patogenicidade em aves comerciais do Brasil”, reforçou Santin. 

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Mesmo sendo um caso isolado, o impacto comercial foi imediato. Países como Japão, Chile, África do Sul e China adotaram medidas de suspensão temporária das importações, ainda que com escopos diferentes. No entanto, a maioria dos 128 mercados internacionais permanece aberta ao produto brasileiro.

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