A mulher rural é sinônimo de trabalho, gestão e inovação no campo. No dia a dia dos aviários e das granjas, elas tomam decisões, enfrentam desafios e garantem alimento de qualidade. Além disso, criam pontes entre tradição e tecnologia, mantendo a família unida e o negócio saudável.
Confira a história de cinco produtoras que mostram que autonomia e oportunidade ajudam a elevar a renda e a qualidade de vida. Elas também inspiram outras mulheres a ocuparem o seu espaço na cadeia da proteína animal.
Das montanhas de café aos corredores climatizados dos galpões, as histórias revelam coragem. Com organização e manejo preciso, elas melhoram indicadores, reduzem desperdícios e elevam a conversão. Assim, o campo ganha eficiência, e a mesa do brasileiro recebe produtos melhores.
Do café ao frango: integração que gera valor no lote e no solo
Nayara Prates decidiu integrar café e avicultura e criou um ciclo inteligente de insumos. Ela usa a palha do café como cama do aviário e retorna o material compostado como adubo. Desse modo, reduz custos, melhora o solo e mantém o lote com ambiência estável.
A rotina exige olho vivo, especialmente na primeira semana de vida dos pintinhos. Por isso, ela ajusta comedouros, água e ventilação várias vezes ao dia. Quando fecha o lote com desempenho acima da meta, celebra o “dever cumprido” pelo cuidado diário.
Além do resultado econômico, Naara destaca o efeito emocional da granja. Observar o crescimento rápido das aves a motiva a buscar mais precisão. Portanto, cada lote vira aprendizado, e cada ajuste vira margem no final.
Duas mães, dois galpões: granja que sustenta três famílias
Divanir Benatti Martins, a Diva, voltou para a propriedade e assumiu o manejo com o irmão após a construção dos galpões. Hoje, dois aviários sustentam três famílias com previsibilidade e caixa organizado. A divisão de tarefas permite conciliar maternidade, granja e compromissos da casa.
A mãe acompanha o aviário quando surgem imprevistos, e a filha cobre a rotina quando necessário. Essa presença compartilhada reduz falhas operacionais e melhora a resposta aos alarmes. Logo, o cuidado contínuo aparece em bonificações e menos perdas por ambiência.
Com processos simples e repetíveis, elas padronizam horários e checklists. Assim, garantem ração bem regulada, cama seca e registro de consumo. A disciplina do dia a dia, afinal, sustenta o desempenho do lote.
Bastos e a força de uma tradição que virou gestão
Em Bastos (SP), Helena Tsuboi carrega a cultura japonesa de disciplina e foco. Ela recorda o “gamã”: atravessar a dificuldade com serenidade e ação. Na granja de ovos, esse valor orienta decisões, compras e cronogramas semanais.
A operação começa cedo com trato, coleta, fábrica de ração e classificação. A logística segue fluxo rigoroso até a expedição, evitando retrabalho e perdas. Com isso, o ovo chega padronizado ao mercado e preserva a reputação da marca.
A sucessão ocorreu com planejamento e respeito à história dos pais. Cada irmão assumiu uma área, e Helena profissionalizou a administração. Resultado: custos sob controle, equipe treinada e crescimento sustentado ao longo dos anos.
Quando a vida muda e a granja vira caminho
Rita Moreira de Souza assumiu a avicultura após a perda do pai e conciliou gestão e maternidade. No começo, temeu os alarmes e a responsabilidade sobre vidas no galpão. Contudo, com treino e apoio da mãe, ganhou confiança e estabilidade.
Hoje, ela domina o painel, lê o lote pelo comportamento e corrige rápido. Sempre que precisa sair, a mãe cobre a rotina e garante a presença no aviário. Essa parceria familiar mantém a granja ativa e protege a renda da casa.
A experiência trouxe uma lição simples: atenção constante evita problemas caros. Comedouro mal regulado, por exemplo, vira ração perdida e conversão pior. Portanto, olhar clínico e planilha na mão fazem diferença no resultado.
Liderança que inspira e aponta o próximo passo
Vera Lúcia Gobbi trocou a cidade pelo interior e se encontrou nos aviários. Ela planeja a expansão para mais dois galpões e lidera pela presença. Além de treinar o time, escuta os equipamentos e “lê” o lote com rapidez.
Nos dias críticos, ela redobra as rondas, revisa parâmetros e orienta correções. Assim, mantém a cama seca, a ventilação correta e a ave confortável. O orgulho aparece quando o caminhão sai cheio, com carcaças bem formadas.
Essas produtoras mostram que gestão de detalhe, ambiência e gente comprometida geram resultado. Para quem deseja começar, o recado é claro: visite granjas, estude manejo e padronize processos. Com método e união, a granja próspera e a comunidade cresce junto.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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