DIRETO DO PRODUTOR

O que pode causar verrugas em galinhas?

Doença pode comprometer a produção e exige ação rápida para evitar a contaminação do lote. Saiba como tratar e prevenir

Verrugas em galinhas podem indicar doença infecciosa: saiba como tratar e prevenir
Verrugas em galinhas podem indicar doença infecciosa: saiba como tratar e prevenir

Monitorar a criação de aves é essencial para manter a saúde do plantel e garantir a produtividade. Se, ao observar o lote, você notar galinhas com verrugas na pele, atenção: isso pode indicar uma infecção viral que se espalha rapidamente. Esse foi o caso da produtora Sônia Amadeu, que nos enviou a seguinte dúvida no quadro Direto do Produtor:

“Minha galinha está com verrugas e agora as outras também foram afetadas. Separei as doentes e estou colocando cloro na água de bebida. Preciso dar antibiótico? Posso consumir os ovos? O que devo fazer?”

Para esclarecer a questão, conversamos com Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, que explicou as causas do problema, o tratamento adequado e as formas de prevenção. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista na íntegra.

A presença de verrugas em aves pode estar associada ao Poxvírus, causador da Bouba Aviária. Essa doença é altamente contagiosa e transmitida principalmente por mosquitos e outros insetos sugadores. Segundo Caron, a confirmação exata só pode ser feita por meio de exames laboratoriais, como histopatologia e virologia.

“É fundamental separar as aves doentes para evitar a disseminação da infecção. Além disso, o controle de insetos na granja é uma medida essencial para reduzir o risco de transmissão”, alerta o pesquisador.

A produtora Sônia já tomou a medida certa ao isolar as galinhas doentes. No entanto, algumas ações adicionais são recomendadas:

  • Tratamento das lesões: aplicar desinfetantes como tintura de iodo para ajudar na cicatrização;
  • Uso de antibióticos: pode ser necessário, pois as lesões abrem portas para infecções bacterianas. Um médico-veterinário deve avaliar o caso e prescrever o tratamento adequado;
  • Cloração da água: manter a água clorada (até 5 ppm) ajuda a reduzir a proliferação de vírus e bactérias na criação.

Embora a Bouba Aviária não represente risco direto à saúde humana, o ideal é evitar o consumo e comercialização dos ovos das aves afetadas.

“O recomendado é que apenas ovos de animais saudáveis sejam consumidos. No caso de lotes infectados, o descarte é a opção mais segura”, explica Caron.

A prevenção é a melhor estratégia para evitar prejuízos na produção. Algumas medidas essenciais incluem:

  • Controle rigoroso de pragas, como mosquitos e roedores, para reduzir a disseminação do vírus;
  • Uso de telas de proteção ao redor dos aviários para impedir a entrada de aves silvestres, que podem ser hospedeiras do vírus;
  • Vacinação preventiva, especialmente em regiões onde há histórico da doença, aplicada na membrana da asa das aves de postura.

O risco de surtos de Bouba Aviária aumenta durante períodos de chuva e calor intenso, pois essas condições favorecem a reprodução de mosquitos transmissores do vírus.

“Se o produtor já teve casos da doença, é fundamental vacinar as aves para evitar novas infecções e prejuízos na produção de ovos”, reforça Caron.

Diante de qualquer sinal de doença no plantel, a orientação é procurar um(a) médico-veterinário(a) para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Gostou do conteúdo? Quer saber mais sobre manejo sanitário e prevenção de doenças na avicultura? Fique ligado no programa e acompanhe nossos especialistas no quadro Direto do Produtor!

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