
Com as temperaturas em elevação nas próximas semanas, produtores de aves e suínos precisam redobrar os cuidados para evitar prejuízos causados pelo calor excessivo. A previsão indica máximas acima dos 35 °C em importantes regiões produtoras, especialmente no Centro-Oeste e no interior de São Paulo.
Segundo o meteorologista Arthur Muller, do Canal Rural, a onda de calor deve atingir áreas como Tangará da Serra (MT), onde os termômetros podem marcar até 36 °C entre sexta e sábado (25 e 26 de outubro), patamar considerado de estresse térmico tanto para aves quanto para bovinos em confinamento.
“A partir de domingo, com o avanço de uma frente fria, as temperaturas devem cair um pouco, ficando entre 30 °C e 32 °C, o que ajuda também a elevar a umidade relativa do ar”, explicou Muller.
No Mato Grosso do Sul, a previsão é semelhante. Em Sidrolândia, as temperaturas devem permanecer elevadas até o fim de semana e depois se estabilizar na casa dos 30 °C, com mínimas em torno de 23 °C.
No interior de São Paulo, especialmente em Itapetininga, os termômetros sobem até 34 °C no fim de semana e voltam a cair com a chegada da frente fria, que deve trazer chuvas e máximas de 26 °C. Na sequência, as mínimas devem baixar para cerca de 10 °C, criando uma amplitude térmica acentuada, o que também exige atenção.
“Essa variação de temperatura impacta diretamente na imunidade dos animais. O calor excessivo seguido de queda brusca pode comprometer o desempenho das aves e aumentar o risco de doenças”, alerta Muller.
Primavera chuvosa e temperaturas acima da média
De acordo com o meteorologista, a primavera deve ser mais chuvosa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, principalmente entre novembro e dezembro. Mesmo com o retorno da umidade, as temperaturas continuam um pouco acima da média em Minas Gerais, interior de São Paulo e Mato Grosso, mas sem risco de novas ondas de calor prolongadas.
Manejo e prevenção no campo
Com o calor, os cuidados no manejo se tornam fundamentais para preservar o bem-estar e o desempenho das aves.
Adriano da Silva, extensionista da Seara na da região de Itapetininga (SP), reforça que a atenção deve começar nos primeiros sinais de desconforto térmico.
“O primeiro sinal é a ofegação. As aves ficam mais apáticas, reduzem o consumo de ração e podem se desidratar”, explica.
Entre as principais recomendações estão:
- Manter boa ventilação e umidade dentro dos galpões;
- Garantir acesso constante à água limpa e fresca;
- Aproveitar a ventilação natural e o sombreamento externo, como árvores;
- Antecipar o manejo conforme a previsão do dia, utilizando cortinas e ventiladores nos períodos mais quentes.
“O ideal é que, nos horários de maior calor, as aves estejam sob ventilação máxima, com bom controle das cortinas e uso adequado da nebulização”, reforça Adriano.
Segundo os especialistas, a combinação entre previsão meteorológica e manejo preventivo é a melhor estratégia para evitar perdas produtivas durante o período mais quente da primavera.
