Sucessão no Campo

Jovens no campo: filha única assume granja da família e mostra força da nova geração na avicultura

Cíntia Schaffer deixou a cidade para assumir a produção de frango dos pais em Santa Catarina e revela os desafios e aprendizados de seguir no campo

Jovens no campo: filha única assume granja da família e mostra força da nova geração na avicultura

A avicultura brasileira não para de crescer, mas além da tecnologia e da produtividade, o setor também é movido por histórias de superação e sucessão familiar. É o caso de Cíntia Schaffer, jovem produtora rural de Santa Catarina, que decidiu deixar a cidade e a carreira acadêmica para assumir o negócio da família e garantir a continuidade da atividade nas mãos de quem mais conhece: os próprios filhos.

Filha única, Cíntia cresceu entre os galpões, acompanhando o trabalho dos pais. Durante um tempo, tentou seguir outro caminho e cursou faculdade de história, mas logo percebeu que sua vocação estava mesmo no campo.

Eu nunca fui muito de querer dar aula, mas quando comecei a trabalhar fora percebi o quanto queria voltar para ajudar meus pais. Era um sentimento de que, se eu não voltasse, outra pessoa poderia estar cuidando do que é nosso. Isso me incomodava. Sempre aprendi com eles a cuidar do que é da gente”, conta.

O Interligados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

A volta à granja aconteceu em 2024, em um momento de reflexão e decisão. Com o apoio dos pais e do namorado, Cíntia decidiu enfrentar o desafio de comandar a produção de frangos de corte. No começo, o medo de não dar conta da responsabilidade era grande.

Eu sabia o que precisava ser feito, mas tinha medo de não conseguir tocar tudo sozinha. São muitas tarefas, desde o aquecimento até a troca de cama e o controle diário. Mas meus pais nunca me deixaram sozinha, sempre me apoiaram em tudo. Ter eles por perto é a melhor parte do serviço”, diz.

Hoje, ela divide as funções com a mãe, que ainda ajuda no manejo, e assume o controle de notas, recebimento de insumos e a relação com os técnicos da integradora. Cíntia atua no sistema integrado de produção, onde a agroindústria fornece os pintinhos, a ração e o suporte técnico, e o produtor entra com a estrutura e a mão de obra.

Cíntia afirma que o trabalho em família tem uma vantagem que poucos empregos oferecem: a união e o esforço coletivo por um objetivo comum.

“Quando se trabalha em família, não existe essa de dar só 50%. É todo mundo dando 100%, 200%, se for preciso. A gente define metas juntos e trabalha para cumprir cada uma delas. Fora daqui, às vezes a gente vê colegas que não se dedicam igual, mas no fim do mês recebem o mesmo tanto. Aqui, o esforço é reconhecido de verdade”, relata.

Para ela, a fase mais tranquila do manejo é entre a segunda e quarta semanas, quando os frangos já estão mais independentes. Porém, o período inicial é o mais crítico.

“É um momento de muita atenção com os aquecedores, com o fogo, com os detalhes. Qualquer falha pode trazer prejuízos grandes. A responsabilidade é enorme.”

Apesar dos desafios diários, Cíntia se diz feliz e realizada com a escolha de permanecer no campo e valoriza a importância da atividade que desenvolve.

“Eu não tenho filhos ainda, mas enquanto puder contribuir com a granja, eu estarei aqui. A felicidade dos meus pais ao me verem continuar esse trabalho me motiva todos os dias”, conclui.

A história de Cíntia Schaffer reforça o papel essencial da sucessão familiar e do protagonismo feminino na avicultura de corte brasileira, que depende cada vez mais de pessoas comprometidas, capacitadas e apaixonadas pelo campo.

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