Na tranquila cidade de Anitápolis, no interior de Santa Catarina, o produtor Marcos Back representa um dos muitos exemplos de sucessão familiar na avicultura brasileira. Após passar anos na capital paulista, ele decidiu voltar ao campo para assumir o galpão de frangos construído por seu pai, Simão Back, um dos pioneiros da atividade na região.
O retorno ao interior não foi apenas uma mudança de endereço. Foi uma escolha de vida. Marcos deixou para trás o barulho da cidade e um emprego em oficina mecânica para reencontrar as raízes, a família e um futuro construído com base na criação de frango de corte. Desde então, ele vem se dedicando com afinco ao sistema de produção integrado.
Um reencontro com o campo e com a família
Nascido e criado em Anitápolis, Marcos cresceu ajudando o pai na lavoura. Aos 19 anos, mudou-se para São Paulo, onde viveu por mais de uma década. No entanto, a saudade da terra natal, aliada ao desejo de proporcionar uma infância no campo para sua filha, o motivou a retornar. Foi então que aceitou o convite do pai para assumir a granja.
“Eu não tinha ideia de como produzir frango, tudo era novo pra mim. Mas meu pai foi me ensinando passo a passo. Hoje, estamos juntos tocando a propriedade”, conta Marcos.
O aviário onde ele trabalha hoje é o mesmo construído por Simão em 1997, com capacidade atual para 14.500 aves. Apesar de ser um modelo convencional, o galpão passou por reformas e melhorias ao longo dos anos, adaptando-se às novas tecnologias e exigências do setor.
O valor da tradição e da resiliência
A trajetória da família Back é marcada por persistência. Simão começou na avicultura sem recursos, utilizando sistemas manuais para aquecer os pintinhos, como tambores a lenha e aquecedores improvisados. As dificuldades não foram poucas, mas a determinação o manteve firme, mesmo nos momentos em que pensou em desistir.
Hoje, aos 85 anos, ele se orgulha ao ver o filho dar continuidade ao trabalho iniciado com tanto esforço:
“É uma alegria saber que ele abraçou a atividade e está levando adiante com dedicação e carinho pelas aves”, afirma.
Produção familiar com foco em eficiência
O trabalho no aviário é 100% familiar. Marcos e a esposa se revezam no manejo diário, cuidando desde o aquecimento até a alimentação dos animais. A assistência técnica fornecida pela integradora e a experiência do pai são peças-chave para manter os bons índices de produtividade.
Notícias Relacionadas
Segundo a extensionista da Seara, Thaina Damaceno, Marcos tem se destacado pelo bom desempenho nos resultados.
“Ele já vinha de uma trajetória positiva produzindo frango orgânico. Agora, no convencional, está mantendo o padrão e buscando sempre melhorar”, afirma.
Um ciclo que se renova com cada lote
Para Marcos, o maior orgulho está em ver a evolução dos pintinhos.
“É muito gratificante acompanhar o crescimento das aves, ver como elas se desenvolvem rápido. Quando a gente começa a se apegar, elas já estão prontas para o abate”, brinca o produtor.
O sentimento de continuidade é o que move a família Back. Enquanto Simão passa o bastão com orgulho, Marcos sonha em que sua filha, no futuro, também possa querer fazer parte da lida no campo.
“O que mais importa é manter a honestidade, o respeito e o gosto pelo trabalho”, resume.
Sucessão rural fortalece o futuro da avicultura
Histórias como a da família Back mostram que a sucessão familiar na avicultura não é apenas uma necessidade, mas um caminho promissor para manter a tradição, a produtividade e o bem-estar no campo. Com o apoio das integradoras e o uso de tecnologias, jovens como Marcos têm espaço para inovar, crescer e manter vivo o legado deixado pelos pais.
Siga o Ligados & Integrados no GoogleNews para ficar por dentro de tudo que acontece no setor.
