POR ARIEL MENDES

Produção de tilápias: uma opção de segunda fonte de renda para o produtor de aves e suínos

A produção de tilápias é feita por cooperativas, integradoras, empresas verticalizadas e produtores independentes, em tanque-rede e escavados

Produção de tilápias:  uma opção de segunda fonte de renda para o produtor de aves e suínos
Produção de tilápias: uma opção de segunda fonte de renda para o produtor de aves e suínos

No Paraná, boa parte das cooperativas e algumas integradoras que já produziam frangos e suínos entraram no mercado de tilápias, aproveitando a infraestrutura existente para a produção de rações, assistência técnica e comercialização. 

Com isso, bastou apenas construir o frigorífico para o abate e processamento dos peixes, treinar mão-de-obra especializada e incentivar os cooperados e integrados para construírem tanques. 

Nesses casos, o sistema de produção é semelhante ao de frangos e suínos, no qual os produtores recebem os alevinos, ração e demais insumos e entregam os peixes no final do ciclo de criação.

Foto: Interligados

Atualmente, o estado do Paraná é o maior produtor nacional, com 250,3 mil toneladas, seguido de São Paulo (com 93,2 mil toneladas), Minas Gerais (com 72,8 mil toneladas), Santa Catarina (com 59,1 mil toneladas) e Rondônia (com 56,9 mil toneladas). 

A maior parte da produção fica no mercado interno, mas exportamos 12,4 mil toneladas, em 2024, sendo os Estados Unidos o principal destino para o filé de tilápia, enviado refrigerado por via aérea. 

Em 2024, a produção mundial de tilápias alcançou 7,3 milhões de toneladas, consolidando a espécie como uma das mais cultivadas globalmente. O Brasil ocupou a quarta posição no ranking mundial, com 662 mil toneladas, o que representa 68,3% do pescado de cativeiro produzido no país.

A criação de tilápia em tanque-rede em águas da União exige regularização junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura, bem como junto à Agência Nacional das Águas (ANA) e Secretaria de Patrimônio da União e Marinha por meio de cessão onerosa  para o uso da água, plano de manejo e licenciamento ambiental. 

Esses órgãos definem a produção total e os tipos de peixe a serem criados em cada barragem, no caso dos reservatórios das usinas hidrelétricas. 

Já a produção em tanques escavados também necessita de licenciamento ambiental emitido pelos órgãos ambientais dos estados. 

Assim como outras atividades, a criação de tilápias enfrenta questões com enfermidades causadas por vírus e bactérias. No Brasil, felizmente, dispomos de vacinas regulares e autógenas que permitem que tenhamos desafios sanitários menores que em outros países. Isso se deve a tecnologias desenvolvidas aqui e/ou adaptadas por empresas de saúde animal existentes no país e que já tinham uma larga experiência com vacinas e medicamentos para aves e suínos. 

Foi apenas questão de adaptar para as tilápias. Além disso, a produção verticalizada favorece a implementação de biosseguridade na cadeia, como já ocorre há tempos com a produção de aves e suínos. 

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