MARKETING NO AGRO

Comunicação no agro: como conectar o produtor ao consumidor final

Contar histórias com emoção, mostrar rostos e boas práticas são o caminho para conquistar quem está nas cidades

Comunicação no agro: como conectar o produtor ao consumidor final

Em um cenário de consumo cada vez mais exigente e digital, comunicar o valor da produção de aves, suínos e ovos vai além de mostrar o produto na gôndola. É preciso construir pontes entre o campo e a cidade, contando histórias reais, destacando boas práticas e revelando o cuidado com o bem-estar animal e a sustentabilidade.

Em um cenário de consumo cada vez mais exigente e digital, comunicar o valor da produção de aves, suínos e ovos vai além de mostrar o produto na gôndola. É preciso construir pontes entre o campo e a cidade, contando histórias reais, destacando boas práticas e revelando o cuidado com o bem-estar animal e a sustentabilidade.

Para o especialista em marketing agro e colunista do Interligados, José Luiz Tejon, a comunicação eficaz deve unir emoção, verdade e estratégia.

“Hoje, o consumidor quer saber de onde vem o alimento, quem produz, como é feito. Isso fortalece a confiança na hora da compra e valoriza a produção nacional”, afirma.

O Interligados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30

Tejon reforçou que o segredo para comunicar bem está na humanização das histórias. Mostrar famílias agrícolas e seus valores é o que conecta com o coração do consumidor. 

“A palavra mais pesquisada no mundo é amor. A segunda é alimento. Juntas, formam o elo mais poderoso do agronegócio com a sociedade”, resume.

Segundo ele, a agricultura familiar, presente em grande parte da produção de proteína animal, traz credibilidade e emoção para a narrativa.

Outro ponto essencial na comunicação com o consumidor urbano é a transparência. Tejon destaca a importância de usar selos de qualidade, certificações e sistemas de rastreabilidade, que comprovem o compromisso com boas práticas de produção.

Em um mundo dominado pela desinformação, a comunicação correta também se torna uma ferramenta contra fake news, que muitas vezes prejudicam a imagem do agro.

“Hoje, o maior risco para o planeta é a desinformação. E só combatemos isso com comunicação ética e verdadeira”, alerta.

O especialista lembrou que a carne suína já foi vista com desconfiança, mas reverteu essa imagem com campanhas consistentes.

“A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos dobrou o consumo per capita com uma estratégia que uniu ponto de venda, saúde e sabor”, exemplifica.

O mesmo ocorreu com o ovo, que teve sua imagem resgatada com base em dados científicos aliados à comunicação acessível.

“O estudo técnico precisa virar uma mensagem querida, que fale com o coração e chegue à mente do consumidor”, ensina Tejon.

Quando questionado sobre o papel do marketing digital e da inteligência artificial, Tejon foi direto:

“A mídia pode mudar, mas a mensagem precisa tocar o coração”.

Segundo ele, não basta ter dados ou automação — é preciso criar vínculos com o público, despertar afeto e empatia.

“O produtor precisa aparecer nas redes com sua família, seus valores, suas lutas. Não é só técnica, é emoção. Já fiz campanha com o Pelé apresentando agricultores. A mensagem era simples: gente que ama o que faz alimentando o Brasil”, conta.

Para ele, comunicar o agro com carinho, ética e verdade é a forma mais eficaz de fortalecer a imagem do setor.

“Temos que mostrar o orgulho de produzir, de cuidar da terra, dos animais e das pessoas. É isso que aproxima o campo da cidade”, conclui.

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