SANIDADE NA SUINOCULTURA

Baias UTI garantem cuidado intensivo para suínos em granjas

Espaço exclusivo dentro das granjas ajuda na recuperação de animais doentes e reduz perdas no plante

Baias UTI garantem cuidado intensivo para suínos em granjas

Nem todo mundo sabe, mas nas granjas modernas de suínos existe uma área específica para cuidar dos animais mais frágeis: são as chamadas baias UTI, uma estrutura essencial para garantir a recuperação de suínos doentes ou feridos. Durante uma visita a uma propriedade em São Pedro das Missões (RS), conhecemos de perto como essa prática funciona na rotina do produtor Emerson Maidana.

Essas baias ficam localizadas no centro do galpão, facilitando o acesso rápido e o monitoramento constante dos animais. Segundo Emerson, é ali que os suínos recebem um tratamento intensivo, com medicação frequente, aquecimento e alimentação adequada.

“A gente separa os que precisam de atenção especial e cuida com mais calma aqui. Eles ficam melhor assistidos”, explica.

A triagem dos suínos é feita com um olhar clínico treinado. Emerson conta que entra até quatro vezes por dia na instalação para observar os lotes, identificar possíveis sinais de doença e decidir quem precisa ser encaminhado para a baia de recuperação.

“É no olho e na experiência. Se tem dúvida, marca e volta depois. O importante é não deixar passar nada.”

O Interligados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

O tempo é um fator determinante para o sucesso do tratamento. Quanto mais cedo o animal for separado dos demais e colocado na baia UTI, maiores são as chances de recuperação.

“Se tirar ele muito debilitado, às vezes não dá mais tempo. Por isso o acompanhamento tem que ser constante”, destaca Emerson.

Entre os problemas mais comuns que levam um suíno à baia especial está a caudofagia — quando o animal morde a cauda do outro por estresse. Como é uma condição que tende a piorar dentro das baias comuns, o ideal é remover o animal assim que os primeiros sinais surgem. Nessas áreas, os suínos são tratados com injeções, recebem calor adicional por meio de lâmpadas e descansam sobre tapetes térmicos.

A densidade de animais na baia UTI é reduzida, o que também contribui para o bem-estar e recuperação mais eficaz.

“Aqui eles têm mais espaço, menos barulho, menos briga. É isso que faz a diferença na recuperação”, conta o produtor.

Mais do que estrutura, o cuidado com a saúde dos suínos depende da dedicação do produtor. Emerson afirma que o segredo é estar presente o tempo todo.

“É estar dentro da granja, observar, mexer com os bichos, prestar atenção. Isso é o que muda tudo”, diz.

Além da atenção com os sinais clínicos, ele destaca a importância de seguir rigorosamente os protocolos de medicação e acompanhar a evolução dos casos. Os tratamentos duram em média 24 horas, mas podem variar conforme o problema identificado.

As baias UTI representam um investimento simples, mas com grande retorno, tanto no aspecto econômico quanto sanitário. Ao evitar a morte de animais e reduzir o uso excessivo de medicamentos, elas melhoram os resultados zootécnicos e fortalecem o sistema de produção.

Para quem vive da suinocultura, o recado é claro: identificar cedo, separar rápido e cuidar com atenção pode ser o segredo para evitar perdas e garantir um lote saudável até o fim do ciclo.

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