
O bem-estar animal está ganhando ainda mais força na suinocultura brasileira. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e a organização da sociedade civil Alianima firmaram um acordo de cooperação técnica para incentivar e premiar boas práticas nas granjas, com foco na sustentabilidade e responsabilidade social do setor.
A iniciativa, baseada na Instrução Normativa SDA nº 113 de 2020, terá validade de cinco anos e prevê dois ciclos de premiação. O objetivo é estimular produtores e agroindústrias a se adequarem aos critérios de bem-estar animal, agregando valor à cadeia e consolidando a imagem do Brasil como um dos líderes globais na produção e exportação de carne suína.
Criação coletiva e fim de práticas dolorosas
De acordo com Charli Ludtke, diretora técnica da ABCS, o acordo visa ampliar a adesão à IN 113, que já conta com grande aceitação no país. Um dos principais pontos da normativa é o estímulo à criação coletiva de matrizes suínas, em substituição às gaiolas individuais.
“Hoje temos mais de 2 milhões de fêmeas em sistema tecnificado, e muitos produtores já adotaram a criação em grupo, permitindo que os animais circulem e interajam”, afirma Charli.
Ela também destaca a redução de práticas dolorosas, como a castração cirúrgica, que já foi substituída pela imunocastração em mais de 80% dos casos no rebanho nacional.
Essas medidas, além de promoverem o bem-estar dos animais, trazem segurança jurídica ao produtor e ajudam a manter o acesso a mercados exigentes, principalmente no exterior.
Três frentes: governo, produtores e sociedade civil
Segundo Patrycia Sato, presidente e diretora técnica da Alianima, o ACT (Acordo de Cooperação Técnica) une três pilares fundamentais: o setor público, o setor produtivo e a sociedade civil.
“Esse é um projeto construído em conjunto, que está sendo delineado com responsabilidade. Em breve, as diretrizes serão divulgadas e os produtores poderão se inscrever, participar e tirar dúvidas”, afirma.
A proposta é que os dois ciclos de premiação reconheçam iniciativas que se destacam na adequação das granjas às normas de bem-estar, com ações técnicas e de capacitação em diferentes regiões do país.
Manuais e capacitações para acelerar a transformação
Além da premiação, a ABCS está atuando em outras frentes para difundir essas boas práticas. A entidade realiza visitas técnicas em granjas de todo o Brasil, acompanhando os projetos de bem-estar animal das agroindústrias. Com base nessas experiências, está sendo elaborado um manual técnico de bem-estar animal, que será distribuído para produtores e profissionais do setor.
“Estamos desenvolvendo materiais técnicos e realizando treinamentos para que mais granjas possam aderir ao sistema. Queremos valorizar quem está fazendo diferente, quem aposta em uma produção mais ética, moderna e sustentável”, reforça Charli Ludtke.
A iniciativa reforça que o bem-estar animal é um fator estratégico para a competitividade da suinocultura brasileira, especialmente diante das exigências de mercados internacionais.
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