JOVENS NA LIDA

Jovem na suinocultura: “No começo duvidaram, hoje sou responsável por toda a maternidade”

Natália Tecchio, de 28 anos, superou o preconceito e hoje lidera a maternidade da granja da família em Serafina Corrêa (RS)

Jovem na suinocultura: “No começo duvidaram, hoje sou responsável por toda a maternidade”
Jovem na suinocultura: “No começo duvidaram, hoje sou responsável por toda a maternidade”

A suinocultura transformou a vida da jovem Natália Tecchio, de 28 anos, moradora de Serafina Corrêa, no interior do Rio Grande do Sul. A atividade começou com seu avô, que criava porcos para banha, evoluiu com o pai na década de 1980 e, desde os anos 2000, passou a operar sob sistema de integração com a JBS – Seara, focando na produção de matrizes suínas. 

Hoje, a propriedade mantém 1.400 matrizes, distribuídas em dois galpões de maternidade (um climatizado) e dois de gestação. Quem comanda a maternidade é Natália, que desde os 20 anos assumiu o desafio de trabalhar na granja da família e superou obstáculos até conquistar seu espaço.

O primeiro contato de Natália com a suinocultura foi ainda criança, acompanhando o pai nos afazeres da granja. Mas aos 17 anos, ela decidiu sair da propriedade para trabalhar na cidade.

“Eu quis tentar ver como que era fora da propriedade. Trabalhei na cidade por uns anos, mas não estava gostando muito do que eu fazia”, relembra.

O ponto de virada veio com um pedido do pai. “Um dia ele disse que precisava de ajuda. Então tomei a decisão de voltar para a propriedade e ver se era mesmo isso que eu gostava”. E era. Desde então, ela construiu uma trajetória sólida e já soma sete anos de experiência no manejo e gestão da maternidade da granja.

Ao voltar, Natália enfrentou resistência e olhares desconfiados. “No início foi difícil. Muitos tinham preconceito por eu ser jovem e mulher, achavam que eu não ia ‘botar a mão’ na massa”, conta. Para ela, esse é um dos maiores preconceitos enfrentados por jovens que assumem funções nas propriedades rurais.

“Quando tu mostra que está ali para pegar junto, que quer melhorar a atividade, aí as pessoas passam a te enxergar diferente”, destaca.

Foto: arquivo pessoal - granja da Família Tecchio.
Foto: arquivo pessoal – granja da Família Tecchio.

Hoje, Natália é responsável por toda a organização da maternidade. Ela classifica os leitões, realiza atendimentos de parto, coordena os funcionários e também apoia o pai na parte administrativa.

“Eu prefiro estar ali com os bichinhos do que fechada em um escritório”. A lida e o vínculo com os animais é a parte que ela mais gosta e que a motiva diariamente, mesmo nos dias de maior desafio.

A história de Natália representa uma nova geração de jovens na suinocultura, que alia tradição familiar com profissionalismo e dedicação. Superando barreiras e preconceitos, ela construiu uma rotina de resultados. Assista ao vídeo abaixo e confira a história na íntegra.

“Me sinto realizada no que eu faço, é isso que eu quero seguir fazendo”.

Natália Tecchio, 28 anos, Serafina Corrêa (RS)