A suinocultura tem transformado a vida de muitas famílias no Brasil, e no Paraná, o jovem Gabriel Mosconi, de 23 anos, é um exemplo dessa nova geração que aposta na atividade como fonte de renda, propósito e legado. Natural de Cascavel e residente em Toledo, ele decidiu iniciar do zero uma granja de maternidade junto com o pai, apostando na força da sucessão e na construção de um novo futuro.
Gabriel poderia ter seguido outro caminho, mas escolheu ficar no campo. Depois de um período difícil, quando o pai precisou abandonar a lavoura de feijão por conta das perdas com geadas e chuvas, os dois se uniram e começaram uma nova história. Primeiro vieram os planos para um projeto de biogás. Mas logo perceberam que o passo mais importante seria viver na pele o desafio dos produtores.
Foi assim que, em 2021, pai e filho assumiram juntos uma granja de suínos voltada à fase de maternidade. Começaram com poucos recursos e muito trabalho: apenas três pessoas para alojar 35 porcas.
“Passamos um pouco de perrengue, mas hoje somos mais fortes por isso”, conta Gabriel.
Liderança, gestão e rotina na granja de maternidade
Hoje, ele é responsável por toda a organização da granja. Cuida dos relatórios, faz o planejamento das rações, distribui as tarefas com visão estratégica e ainda coloca a mão na massa. Sua rotina começa cedo: ele sai da cidade e segue até a propriedade rural, onde a jornada inclui desde a ajuda no trato das porcas gestantes até a desinfecção das instalações e o planejamento das coberturas.
“Chego na granja, tomo um café com o pessoal, calço minha bota e começo. Se o trato não terminou, ajudo. Depois acompanho as marrãs, vejo se estão comendo bem, se precisam de atenção especial. Tudo precisa estar sob controle”, explica.
Gabriel também destaca a importância da convivência com o pai nessa trajetória.
“Somos dois com gênio forte, mas a gente discute sempre pensando no que é melhor para o negócio. E o mais bonito é que a gente não está só sucedendo algo, a gente está construindo juntos do zero”, afirma com orgulho.
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Juventude, família e um olhar para o futuro
Casado recentemente, Gabriel enxerga na suinocultura a base para sustentar sua nova família. Para ele, a maternidade suína exige dedicação e atenção aos detalhes, mas também oferece oportunidades de crescimento.
“Quero olhar para trás daqui a alguns anos e ver que tudo isso valeu a pena. Que eu consegui construir algo sólido para mim e para minha esposa”, diz.
Mesmo jovem, ele já pensa em como passar adiante o que vem aprendendo.
“Hoje eu e meu pai construímos juntos algo que, no futuro, quero repassar para os meus filhos. É um ciclo bonito de continuidade”, completa.
A história de Gabriel representa o novo rosto da suinocultura brasileira: jovem, técnico, conectado à família e com visão de futuro. Ao assumir o desafio com garra e humildade, ele mostra que é possível recomeçar e prosperar mesmo diante das adversidades.
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