
O consumo de carne suína continua em alta no Brasil. Em 2024, o país produziu mais de 5 milhões de toneladas e cerca de 75% dessa produção foi destinada ao mercado interno. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita chegou a 18,6 kg, mostrando a força do setor e o apetite do consumidor brasileiro.
Entre tantos cortes, um destaque especial vai para o torresmo. Seja pururuca crocante, panceta ou em rolo, o petisco caiu no gosto popular e acompanha de botecos a restaurantes sofisticados. O sabor marcante, aliado à tradição, faz dele um símbolo da culinária brasileira, especialmente nos finais de semana.
Mas você já parou para pensar de onde vem o torresmo? Entre histórias e lendas, a iguaria ganhou espaço no mundo e se reinventou no Brasil, onde se tornou um verdadeiro patrimônio gastronômico.
De origem popular ao prato brasileiro
O torresmo tem registros antigos na Europa. Uma versão indica que, no século XVI, famílias operárias em West Midlands, na Inglaterra, criavam porcos em casa e aproveitavam todas as partes do animal. Outra teoria remete ao sul da Espanha, em uma aldeia chamada Vila Nueva Delgaida, onde guardadores de porcos assaram ao sol tiras de pele ressecada, descobrindo o sabor crocante.
No Brasil, o petisco chegou ainda no período colonial, trazido por portugueses. Rapidamente, ganhou espaço nas cozinhas regionais e se popularizou, principalmente em Minas Gerais. Hoje, é quase impossível pensar na culinária mineira sem um torresminho como acompanhamento de feijão tropeiro ou cachaça artesanal.
Apesar dessa associação, o Espírito Santo também tem uma participação curiosa na história. Foi lá que surgiu um dos primeiros estabelecimentos especializados na iguaria, conhecido como “Casa do Torresmo”. A iniciativa nasceu de uma família ligada ao comércio de carnes, que enxergou no preparo da pururuca uma oportunidade de negócio.
Variedade e inovação no cardápio
O torresmo tradicional é feito a partir da barriga suína, camada composta por pele, carne e gordura. Ao ser frita em óleo quente, essa mistura se transforma em um crocante irresistível. A técnica, chamada de “pururucar”, é a mais conhecida, mas não a única.
Hoje, o mercado oferece inúmeras versões. Do torresmo em rolo ao maçaricado com creme de goiabada, a criatividade dos cozinheiros conquistou novos públicos. Em algumas casas, a produção mensal ultrapassa 200 kg, dobrando quando se contabiliza o cardápio completo.
Outro atrativo é a chamada “tábua de torresmo”, que reúne diferentes cortes como rolo, panceta, torrespoca e bolinhos de linguiça. O prato costuma vir acompanhado de vinagrete e farofa, servindo bem grupos de amigos em almoços ou happy hours. A aceitação tem sido tão grande que muitos estabelecimentos se transformaram em pontos de encontro para amantes da carne suína.
O valor da carne suína para a cultura brasileira
Mais do que um simples petisco, o torresmo reflete a força da carne suína na mesa do brasileiro. Ele está presente em almoços de família, festas tradicionais e confraternizações. Além disso, representa um setor que gera emprego, renda e desenvolvimento em várias regiões do país.
O sucesso desse corte mostra como o consumo interno tem potencial para crescer ainda mais. A variedade de receitas e a valorização da gastronomia regional abrem espaço para que o torresmo continue sendo um símbolo cultural.
Do campo à mesa, a carne suína comprova sua importância. E o torresmo, em suas várias versões, é prova viva de que tradição e inovação podem caminhar juntas, conquistando paladares e fortalecendo a produção nacional.
Faça parte da nossa comunidade no WhatsApp!
Entre no grupo do Interligados e fique por dentro de notícias, dicas técnicas e novidades das cadeias de aves e suínos, além de acompanhar o dia a dia no campo. É rápido, fácil e cheio de conteúdos especiais! 🧡