
A suinocultura move, há quase três décadas, o trabalho da família Schommer em Salvador do Sul (RS). O projeto começou pequeno, com 260 matrizes, e amadureceu com disciplina, tecnologia e foco em resultados. Hoje, a estrutura reúne 5.000 matrizes e envolve três propriedades conectadas por gestão e metas claras.
Desde o início, o produtor Marco Schommer manteve a rotina no campo e o olhar de longo prazo. A experiência na Alemanha, ainda jovem, reforçou a ideia de escala, padronização e eficiência. Ao voltar, ele apostou no modelo integrado e iniciou a expansão com passos firmes.
A família cresceu com o negócio. A esposa, Magali, assumiu a gestão da unidade em Salvador do Sul, enquanto irmãos e cunhados lideram as demais granjas. O trabalho fica perto de casa, o que melhora a qualidade de vida e mantém a equipe em sintonia diária.
Escala, organização e assistência técnica
O avanço de 260 para 5.000 matrizes veio com planejamento, indicadores e apoio técnico constante. A operação soma hoje 37 a 38 colaboradores, com responsáveis definidos por granja e rotinas padronizadas. Essa divisão assegura continuidade, mesmo quando gestores precisam se ausentar.
A integração viabiliza o ciclo produtivo e dá previsibilidade de alojamento e escoamento. Além disso, técnicos e veterinários acompanham o dia a dia e resolvem dúvidas com rapidez. O conjunto reduz risco, fortalece decisões e encurta o caminho entre diagnóstico e ação.
O resultado aparece na constância dos números. Em média, a família projeta cerca de 170 mil leitões por ano, com metas ajustadas por fase e lote. A conta fecha porque a equipe mede consumo, ganho e sanidade e corrige rota em tempo real.
Tecnologia que muda o jogo
A adoção de climatização e automação elevou a ambiência e reduziu erros operacionais. Alarmes, sensores e ventilação adequada estabilizam temperatura, umidade e qualidade do ar. Assim, leitões desmamam mais vigorosos e fêmeas respondem melhor ao manejo.
A inseminação evoluiu da monta natural para protocolos modernos, com ganhos relevantes. Antes, 10 leitões por parto eram exceção; hoje, a meta sobe para 15 por parto. Em termos anuais, a referência busca 35 leitões por fêmea, com foco em uniformidade e bem-estar.
O time também investe em treinamento e procedimentos simples, porém decisivos. Higienização, fluxo de pessoas, vazio sanitário e checagem de água e ração entram no checklist. Com disciplina, a granja repete boas práticas e reduz variações entre lotes.
Pessoas, família e sucessão
A cultura de união aparece na rotina e na gestão. Magali treina novos colaboradores, acompanha dados e organiza escalas para que nada fique solto. Cada unidade tem um líder local, o que evita gargalos e mantém o plantel sob observação constante.
A família coleciona premiações nas diferentes granjas, reflexo da soma entre processo e atitude. Mesmo em períodos de crise — como falta de mão de obra ou aperto financeiro —, o grupo preservou padrão e cumpriu metas. A persistência foi herdada do patriarca Renato, lembrado pelo rigor no detalhe.
Na outra ponta, as filhas crescem vendo o trabalho no campo e entendendo o valor do cuidado diário. Marco deseja sucessão, mas sem pressa: primeiro vem estudo e vocação. O objetivo é deixar uma empresa organizada, capaz de passar de geração em geração.
Olho no futuro e recado ao jovem
A meta agora é consolidar a capacidade atual e ajustar estruturas às novas exigências de bem-estar. A família expande galpões, moderniza instalações e mantém o foco em biosseguridade. Tudo para entregar leitões mais uniformes e reduzir perdas invisíveis.
Para quem pensa em começar, o conselho é direto: profissionalize desde o primeiro dia. Busque assistência técnica, padronize rotinas, meça indicadores e trate a granja como empresa. Com isso, a curva de aprendizagem fica menos íngreme e os números sustentam o investimento.
No fim do dia, a mensagem é simples. Produzir proteína de qualidade, perto de casa e com gestão, garante renda e propósito. A suinocultura segue abrindo espaço para quem gosta do campo e aceita o desafio de melhorar um pouco a cada lote.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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