Quando o assunto é biodigestor, não basta apenas instalar e ligar o equipamento. É fundamental garantir que ele esteja operando como planejado. Essa etapa, chamada de validação operacional e monitoramento de desempenho, é o momento de conferir se tudo está funcionando direitinho e se os resultados prometidos no papel estão, de fato, sendo alcançados no campo.
Na prática, isso significa comparar o que foi projetado com o que o sistema está entregando. A produção de biogás, energia elétrica ou biometano precisa ser medida e acompanhada com atenção. Se o biodigestor foi instalado corretamente e já está em funcionamento contínuo, esse é o momento ideal para iniciar o monitoramento dos indicadores de desempenho.
Além do biogás, é importante acompanhar também a geração do biodigestato, o resíduo resultante do processo. Ele pode ser usado como fertilizante natural na lavoura, especialmente em sistemas com irrigação da fração líquida. Por isso, o volume produzido e a destinação dada ao digestato também devem ser registrados e analisados.
Avaliar retorno financeiro é parte da validação
Outro aspecto que merece atenção durante a validação operacional é o retorno sobre o investimento (ROI). Durante a fase de projeto, estima-se o custo total da instalação e os ganhos esperados com a geração de energia e uso de subprodutos. Com o sistema em operação, é hora de ver se a prática está confirmando a teoria.
Normalmente, o biogás começa a ser produzido entre o 20º e o 30º dia após o início da injeção de dejetos no biodigestor. A partir desse ponto, com alimentação contínua, a produção de energia também se mantém constante. Essa estabilidade permite fazer o cálculo real do retorno financeiro.
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Para pequenos produtores, o tempo médio para começar a recuperar o valor investido gira em torno de 6 meses a 1 ano. Já em projetos maiores, como os corporativos, esse prazo pode variar entre 5 e até 10 anos, dependendo da escala e dos custos envolvidos na instalação.
Porte da propriedade define tempo de retorno
O investimento em um biodigestor pode variar bastante de acordo com o tamanho da propriedade e os objetivos do produtor. De modo geral, é possível implementar um sistema funcional com valores entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, considerando a compra, instalação e o início da operação.
Esses números reforçam a importância do acompanhamento técnico para garantir que o sistema funcione corretamente desde o início. Um bom monitoramento pode evitar perdas, identificar falhas e garantir que o biodigestor entregue aquilo que foi prometido: energia limpa, economia na fazenda e maior aproveitamento dos resíduos animais.
Por fim, validar o desempenho não é tarefa pontual. O ideal é que o monitoramento seja contínuo, integrando dados da produção, consumo e eficiência ao longo de toda a vida útil do sistema. Dessa forma, o produtor tem segurança para investir e colher bons frutos — ou melhor, bons gases e fertilizantes — do seu biodigestor.
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