
A produção de ovos caipiras se tornou a base da renda e do futuro da família Andrade, no interior de São Paulo. Em Cândido Mota, a mudança no sistema produtivo foi uma virada decisiva para o casal Elizete e Paulo, que superaram dificuldades no mercado de frangos de corte, e hoje colhem bons resultados na avicultura de postura.
Tudo começou em 1998, quando os dois se casaram e passaram a cuidar da granja da família. Mas foi em 2018 que decidiram trocar os galpões de corte por galinhas poedeiras em sistema caipira. A estrutura já existente facilitou a adaptação, e com a ajuda de um veterinário, Paulo decidiu apostar na ideia. O que era um risco virou acerto.
“Se a gente não gostasse do que faz, tinha abandonado tudo”, conta Elizete
O novo sistema também permitiu integrar a família no negócio: hoje, os filhos atuam diretamente na produção e já se preparam para assumir responsabilidades ainda maiores.
Mudança de sistema e novos aprendizados
A decisão de migrar para os ovos caipiras surgiu após um ano com os galpões parados e dificuldades na venda de frangos.
“A granja já estava montada. Fizemos os ninhos e recomeçamos”, lembra Paulo.
A rotina intensa logo se impôs: o trabalho é de domingo a domingo, com atenção aos detalhes de manejo e nutrição.
As aves chegam com um dia de vida e passam por vacinação rigorosa até os 100 dias. A produção atual é destinada principalmente para Curitiba, com parte comercializada na região e na capital paulista.

O filho Lucas cuida da produção de ração na fábrica própria da propriedade. A alimentação é ajustada com a orientação de um veterinário e é feita com insumos pesados e misturados na própria fazenda.
Já Elizete coordena as vendas e a parte administrativa. Raquel, a filha, cursa medicina veterinária com o objetivo de assumir a responsabilidade técnica das granjas no futuro.
Bem-estar animal é prioridade na granja
Além do cuidado com a alimentação e a biosseguridade, a propriedade é certificada por boas práticas no bem-estar animal.
“A gente tenta respeitar o comportamento natural da ave: ciscar, andar, empoleirar”, explica Paulo.
Essa preocupação garante não só qualidade de vida às galinhas, mas também mais produtividade e segurança alimentar. O maior desafio da avicultura de postura, segundo o produtor, é manter a produção constante durante o ciclo do lote.

“Ela é muito sensível ao calor, barulho, qualquer estresse pode fazer cair a produção”, afirma o produtor.
Ainda assim, com planejamento e dedicação, a família tem conseguido manter bons índices. A sucessão familiar é um ponto de orgulho para os pais.
Dá um orgulho muito grande ver os filhos dando continuidade. Sempre estimulei e nunca falei mal da nossa atividade. A gente sabe que não vai ficar para sempre aqui, então ver eles assumindo o trabalho com responsabilidade é muito gratificante”, diz Paulo.
Sustentabilidade e sonho realizado no campo
A vida no campo também trouxe estabilidade e qualidade de vida para a família Andrade.
“O campo oferece sossego, tranquilidade, e uma conexão com a natureza que não se encontra na cidade”, diz Elizete.
Hoje, com dois galpões para postura e outro para recria, a propriedade atende bem a demanda e segue com planos de modernização. Paulo reforça que o setor de ovos caipiras tem espaço para crescer.

“Hoje representa cerca de 5% do mercado, mas tem potencial de chegar a 20% nos próximos anos”, afirma o produtor.
A aposta na automação e na profissionalização faz parte dos planos futuros, e os filhos já se preparam para liderar essa nova fase. Trabalhar em família é um valor que sustenta todo o projeto.
“É um sonho realizado. A gente luta todo dia, mas tem muito orgulho do que construiu aqui”, afirma Elizete.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo

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