
A história da família Guth mostra como o peru de corte pode mudar o rumo de uma propriedade rural. Em São Vendelino (RS), Everton, os pais e a irmã substituíram a vida na construção civil e nas hortaliças pela avicultura. A decisão, tomada em família, trouxe estabilidade, novas rotinas e planejamento de futuro.
O projeto começou no fim de 2022, com a construção de dois aviários. Em abril de 2023, as estruturas ficaram prontas e, no dia 26 de maio do mesmo ano, chegou o primeiro lote de peruzinhos. A lembrança ainda emociona: meses de obra, aprendizado do zero e a ansiedade típica do início.
Nem tudo foi simples. A terraplanagem revelou rochas, exigiu detonação e alongou prazos. Além disso, o clima local, frio e úmido no inverno, impôs rigor no manejo de ambiência e cama. A família reagiu com estudo, cursos e orientação técnica semanal da integradora, ajustando rotinas até ganhar consistência.
Do aprendizado à performance
O acompanhamento veterinário trouxe confiança na biosseguridade e nas rotinas de bem-estar. Manejo de cortinas, controle de ventilação, aquecimento e umidade passaram a seguir metas diárias. A cada lote, a família revisa dados, corrige detalhes e padroniza procedimentos para repetir o que funcionou.
A opção pelo peru teve influência de um tio e de vizinhos com experiência no segmento. As diferenças para o frango ficaram claras logo no início: o peru é mais curioso e ativo, e o ciclo da fêmea leve é mais longo. Na prática, são cerca de 60 dias até o abate, com fases de iniciador e terminador bem marcadas.
O foco em gestão também fez diferença. Everton assumiu notas, planilhas e controles de produção, enquanto os pais reforçaram o manejo diário nos galpões. Essa divisão, simples e objetiva, acelerou decisões e permitiu corrigir falhas operacionais com rapidez.
Resultados, reconhecimento e rotina no campo
Com processos afinados, vieram os primeiros resultados expressivos. Em novembro, a granja recebeu premiação de melhor conversão do mês na integradora. O reconhecimento virou combustível para metas mais ambiciosas nos lotes seguintes, sempre com atenção à sanidade e à ambiência.
A rotina agora combina disciplina e qualidade de vida. A família organiza os horários, compartilha decisões e mantém o olho clínico sobre temperatura, cama e consumo. O trabalho segue puxado, porém previsível. A sensação geral é de dever cumprido a cada carregamento bem-sucedido.
No campo, o impacto comunitário aparece: São Vendelino vive majoritariamente da agropecuária, e a avicultura tem peso especial na receita municipal. Proximidade do abatedouro e da fábrica de ração reduz logística e favorece índices de desempenho, criando um ambiente propício para crescer.
Próximos passos e mensagem ao produtor
Os planos incluem modernizar equipamentos e, quando possível, ampliar a estrutura. A família mira melhor padronização de lote, mais conforto térmico e automação para reduzir esforço manual. Em paralelo, o objetivo pessoal é consolidar a casa própria e preparar a sucessão com tranquilidade.
O recado para quem pensa em começar é direto: estudar, investir com cautela e trabalhar em parceria com a assistência técnica. No início, a paciência ajuda a atravessar a curva de aprendizagem. Depois, os números confirmam o caminho, desde que o manejo diário mantenha constância e critério.
Acima de tudo, a família vê sentido no que faz: produzir alimento de qualidade e fortalecer o interior. Entre uma checada no painel e outra na cama, permanece a mesma ideia que guiou a primeira decisão — união, disciplina e foco no detalhe fazem a diferença lote após lote.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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