
O Brasil exportou 151 mil toneladas de carne suína em setembro, volume 25% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, gerando receita acima de US$ 300 milhões. O avanço reforça o protagonismo do país no mercado internacional e tem gerado preocupação entre outros grandes produtores, como Estados Unidos e União Europeia.
A avaliação é do analista de mercado Fernando Iglesias, em entrevista ao Interligados
“A carne suína do Brasil vem ganhando tração no mercado global. A Ásia continua sendo nosso principal destino, mas o país tem expandido as vendas para o México e outros mercados importantes, o que tem incomodado tanto os norte-americanos quanto os europeus”, afirmou.
Brasil ocupa espaço de concorrentes
Segundo Iglesias, o Brasil tem conquistado fatias de mercado que antes pertenciam à União Europeia e aos Estados Unidos. Ele explica que o momento é favorável à proteína brasileira, especialmente diante da crise na produção de carne bovina norte-americana, o que tem levado os EUA a priorizarem o abastecimento interno.
“Com os preços da carne bovina em alta, a demanda dos Estados Unidos migra naturalmente para carne suína e de frango. Esse redirecionamento interno abre espaço para o Brasil crescer nas exportações”, explicou o analista.
União Europeia retoma pré-listing para o Brasil
Iglesias também destacou a importância da recente retomada do pré-listing pela União Europeia, mecanismo que autoriza e habilita estabelecimentos brasileiros para exportar carne suína ao bloco.
“O pré-list é uma lista que habilita o Brasil a exportar em maior volume. A Europa é um grande produtor e um mercado difícil de penetrar, mas a expectativa é de avanços graduais até o fim da década”, avaliou.
Embora a abertura total ainda dependa de negociações sanitárias, o analista acredita que a decisão fortalece o diálogo comercial e prepara o Brasil para uma presença mais consistente no continente.
Frango brasileiro ganha espaço na Europa
Enquanto a carne suína enfrenta barreiras, o frango brasileiro segue consolidado no mercado europeu. O Brasil já é fornecedor de grandes volumes para Países Baixos e deve ampliar embarques nos próximos meses, segundo o analista.
“A carne de frango tem um potencial enorme na Europa. O Brasil já tem boa participação e deve crescer ainda mais nesse segmento”, afirmou.
Novas oportunidades na Ásia
Iglesias também comentou os resultados da missão oficial do governo brasileiro à Indonésia e à Malásia, encerrada nesta semana, que resultou na revisão de protocolos sanitários e na retomada das exportações de carne de frango para esses países, além da antecipação de auditorias para novos frigoríficos de carne suína.
“O mercado brasileiro tem totais condições de atender à demanda da Indonésia e da Malásia. São países com grande potencial de compra, e a perspectiva é muito favorável para o aumento das exportações”, afirmou.
Perspectiva positiva
Com resultados recordes e novos mercados se abrindo, o analista vê um cenário promissor para o setor.
“O Brasil consolida cada vez mais sua posição de fornecedor global confiável. Temos competitividade, estrutura e sanidade para continuar crescendo”, concluiu Iglesias.
Assista à entrevista completa no programa Interligados, do Canal Rural:
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